sábado, 28 de fevereiro de 2009

Just oppening

Eu não quero dizer mais nada. Juro, eu só quero dizer as coisas que me incomodam e então eu sairei por aquela porta sem que você me veja, nunca mais. Fui eu quem chorou naquelas madrugadas em que você não pode dormir. Eu me trancava no banheiro e com caneta e papel na mão, eu passava meus dias tentando traduzir sentimentos em palavras. Eu ouvi você falar de mim pelas costas, eu ouvi você rir de mim. Quando fiz coisas que você não gostou, você simplesmente ignorou, porque seria mais fácil de lidar. Eu sei que tentei te odiar, eu tentei diminuir minha angústia criando maneiras de te torturar. Eu procurava desculpas para fazer seus olhos transbordarem. Muitas vezes, eu cheguei a olhar na sua cara e mentir, sem motivos. Mentiras que nunca chegaram a ser verdade. Mas eu sempre estive ali, calado, esperando por um dia que nunca se concretizou. Eu cruzei meus braços e abracei as coisas que me mantinham aqui. Nessas paredes cobertas de mofo, eu sobrevivi às suas queixas, à sua falta de afeto. Eu ainda pude suportar suas asneiras, as coisas bestas que você costumava dizer. Tudo me levava a fazer coisas que eu não queria fazer. Sua falta de amor por mim transformou a sua própria vida no inferno que você vive. Você ignorou a ajuda que os outros ofereciam, você sacrificou os nossos motivos para sorrir. E, por isso, eu te odeio... Odeio como se nada mais importasse, e talvez nem mesmo importe a essas alturas. Nem mesmo meu odeio por você importa. Porque, às vezes, já não consigo sentir as coisas que me afligem, eu já não consigo mais nem odiar você como eu costumava odiar. É como se minha vida fosse sendo sugada pela sua hipocrisia. Você nos destrói tentando nos manter vivos. Você nos separa cada vez que sorri tentando nos unir. E, hoje, eu sairei por aquela porta. Não vou mais me humilhar esperando que você me siga. Você está sozinho agora. E todas as vezes que você se olhar no espelho, eu não mais estarei lá. Minhas forças acabaram. Você acabou. E eu sei que assim que eu for embora, você simplesmente cairá nesse chão, já encharcado com o nosso sangue, e morrerá para sempre. Morrerá na mente das pessoas que um dia amaram você, sendo uma delas eu: aquela parte de você que sempre esperou que você finalmente entendesse que o sentido da vida não está em ser feliz ou triste, mas está na certeza de que tudo isso tem algum sentido e terminará em algum lugar. Não em uma morte covarde, sem se ter feito qualquer diferença na vida de outras pessoas, mas em uma vida de coragem para encarar os desafios que estão por vir.